A história da música Boate Azul
A história da música Boate Azul
A música a Boate Azul foi escrita pelo músico Benedito Seviéro em 1963.
Na verdade ele quando escreveu não acreditou que pudesse fazer sucesso.
Será?
E na voz de Benedito a música não fez sucesso mesmo.
Mas mesmo assim sua história é fantástica. Veja só:
Em uma determinada noite, Benedito iria com seu amigo o cantor José Lopes, famoso nos anos 1950, em um show na cidade de Apucarana, no Paraná.
José Lopes iria se apresentar na casa de Dona Dirce a Boate Blue Night.
Mas um acontecimento nefasto impediu a apresentação dele naquela noite.
Quis o destino que naquele dia 3 de junho de 1963, o Papa João XXIII viria a falecer de câncer.
O Papa João XXIII
O Papa João XXIII ou São João XXIII, nascido Angelo Giuseppe Roncalli em 25 de novembro de 1881 em Sotto il Monte Giovanni XXIII, Itália foi Papa de 28 de outubro de 1958 até a data da sua morte em 03 de junho de 1963, no Palácio Apostólico do Vaticano.
Ele pertencia à Ordem Franciscana Secular e escolheu como lema papal: Obediência e Paz.
Por este fato, foi decretado luto oficial no mundo inteiro e todos os shows e festas ficaram proibidas.
E a polícia foi passando em todas as casas de shows e proibindo todos os eventos.
Os homens que estavam lá ficaram todos muito decepcionados. Afinal eles já estavam aguardando o José Lopes na Boate Blue Night, que ficava afastada da cidade mais de 3 quilômetros.
E por essa distância ficou impossível voltar para casa naquele horário e então resolveram ficar por lá mesmo, bebendo e aproveitando a noite.
Segundo Benedito, a estrofe abaixo conta exatamente o que ele presenciou naquele dia:
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou
Muito vagamente me lembro que estou em uma boate aqui na zona sul
Eu bebi demais e não consigo me lembrar sequer
Qual era o nome daquela mulher
A flor da noite na boate azul
Apesar de ser sobre a decepção por não ter show, por não ter aproveitado as conquistas amorosas, ele também reclama de ter bebido tanto que sequer consegue lembrar da misteriosa mulher e de nome, mas lembra perfeitamente de seu encanto.
Mas seus amigos sempre se perguntaram se essa mulher encantadora existiu mesmo ou foi só fruto da imaginação do bêbado Benedito. Será?
E acreditem...essa canção teve até uma continuação, composta por Benedito mesmo.
A música é Som de Cristal, que fala de uma cena ainda mais pesada do homem encontrando essa linda mulher da noite em um prostíbulo.
Conheça também Benedito Seviéro:
Benedito Onofre Seviéro foi um dos mais importantes compositores de música sertaneja raiz no Brasil. Morreu em 2016 mas deixou mais de 2000 composições, gravadas por várias duplas sertanejas de sucesso no Brasil inteiro.
Como cantor fez dupla com vários outros cantores. Uma dessas duplas foi nos anos 80 e se chamava Evereste e Coliseu.
As muitas regravações da Boate Azul:
Ela é uma das músicas mais ouvidas da dupla e contribuiu para que ficasse conhecida entre os mais jovens.
Mesmo tendo uma longa carreira, Benedito é conhecido mesmo por ter criado a música Boate Azul.
A primeira dupla que gravou a música Boate Azul foi Tibagi e Miltinho.
Porém foi censurada pela Ditadura Militar, e ficou engavetada por muitos anos.
A sua liberação veio nos anos 80, quando Os Amantes do Luar finalmente conseguiram gravá-la.
Pena que o público esse sucesso demorou a chegar.
05 anos depois, veio a gravação de Joaquim & Manoel, e foi aí que a música emplacou de vez.
Depois disso foi só sucesso e a música ficou marcada como um verdadeiro hino do sertanejo raiz.
Se você gostou da história e ficou a fim de ouvir Boate Azul aqui é o lugar.
Boate Azul - Benedito Seviéro
Doente de amor procurei remédio na vida noturna
Como uma flor da noite em uma bote aqui na zona sul
A dor do amor é com outro amor que a gente cura
Vim curar a dor deste mal de amor na boate azul
E quando a noite vai se agonizando no clarão da aurora
Os integrantes da vida noturna se foram dormir
E a dama da noite estava comigo também foi embora
Fecharam-se as portas sozinho de novo tive que sair
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou
Muito vagamente me lembro que estou
Em uma boate aqui na zona sul
Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer
Qual é o nome daquela mulher
A flor da noite da boate azul
E quando a noite vai se agonizando no clarão da aurora
Os integrantes da vida noturna se foram dormir
E a dama da noite que estava comigo também foi embora
Fecharam-se as portas sozinho de novo tive que sair
Sair de que jeito, se nem sei o rumo para onde vou
Muito vagamente me lembro que estou
Em uma boate aqui na zona sul
Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer
Qual é o nome daquela mulher
A flor da noite da boate azul
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