A história da música Cálice

Cálice - Chico Buarque e Gilberto Gil - Interpretação

A música Cálice foi escrita por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973 e gravada por Chico Buarque e Milton Nascimento somente em 1978.  
A música foi censurada pela ditadura por sua denúncia e crítica social.

Cálice é até hoje um dos mais famosos protestos à todo o regime militar.
Fala por metáforas da violência do um governo autoritário e sem medidas.

Quando a música diz "Pai afasta de mim este cálice" ele pede que seja libertado de toda a  perseguição, sofrimento e traição.

O pedido cria o entendimento entre "cálice" e "cale-se". Como se pedisse a Deus para livrá-lo de ouvir tanta maldade de um governo violento e repressor.

Fala do trabalho pesado e mal remunerado a que fomos obrigados a aceitar calado para continuar no caminho.
Mas ainda mesmo não podendo se expressar livremente continua pensando. Calam a voz, mas jamais a intenção.

No entanto, "mesmo calada a boca, resta o peito" e tudo o que ele continua sentido,
Propaganda do regime militar.Propaganda do regime militar.

Quando diz "filho da santa" é para gritar seu amor pela pátria, mesmo desafiando os governantes, dizendo que preferia ser "filho da outra" (essa outra com duplo sentido).



A estrofe de Como é difícil acordar calado relata o medo de quem acorda, sabendo da violência que aconteceu a noite. Sabendo que corre o sério risco de amanhã ou depois ser a próxima vítima.

Quando fala da porca gorda fala de um governo corrupto e incompetente,  que entrega a polícia, a força de ferir, matar ou simplesmente desaparecer com quem entendesse necessário.

Dessa forma já no título da música eles falam das opressões da ditadura. De um lado, a agressão física, a tortura e a morte, do outro, a agressão psicológica, acompanhada do medo que vivia  povo brasileiro.
   


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Cálice

    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue

    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue

    Como beber dessa bebida amarga
    Tragar a dor, engolir a labuta
    Mesmo calada a boca, resta o peito
    Silêncio na cidade não se escuta
    De que me vale ser filho da santa
    Melhor seria ser filho da outra
    Outra realidade menos morta
    Tanta mentira, tanta força bruta

    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue

    Como é difícil acordar calado
    Se na calada da noite eu me dano
    Quero lançar um grito desumano
    Que é uma maneira de ser escutado
    Esse silêncio todo me atordoa
    Atordoado eu permaneço atento
    Na arquibancada pra a qualquer momento
    Ver emergir o monstro da lagoa

    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue

    De muito gorda a porca já não anda
    De muito usada a faca já não corta
    Como é difícil, pai, abrir a porta
    Essa palavra presa na garganta
    Esse pileque homérico no mundo
    De que adianta ter boa vontade
    Mesmo calado o peito, resta a cuca
    Dos bêbados do centro da cidade

    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue

    Talvez o mundo não seja pequeno
    Nem seja a vida um fato consumado
    Quero inventar o meu próprio pecado
    Quero morrer do meu próprio veneno
    Quero perder de vez tua cabeça
    Minha cabeça perder teu juízo
    Quero cheirar fumaça de óleo diesel
    Me embriagar até que alguém me esqueça

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